“Paz é você poder ser diferente dos
outros e os outros poderem ser diferentes de você”
Tempos difíceis, os nossos. Na
televisão, vemos nações em conflito. Belicosos, surgem nas nossas telas cenas
odientas, com bombas sendo lançadas em civis, crianças morrendo e desespero na
população que clama paz. Mas isso está longe de nós, afirmam alguns. Depende. O
mundo é grande, mas fazemos parte dele.
O que atinge o humano, nos atinge
e não podemos fingir que nada acontece, ou virar o nariz para o que
ocorre nesse exato minuto em outro canto do planeta. Mas, se ainda é difícil
pensar no mundo como algo que nos diz respeito, partamos então pelo caminho do
concreto.
A onda de violência das grandes
cidades brasileiras, que anda tirando o sono das secretarias de segurança
nacional. O medo de pegar o carro à noite e não saber se vai chegar em casa
bem. Medo de deixar o filho brincar na rua. Preocupação com a casa, com a rua,
com os amigos. Também estamos em conflito. E no meio da guerra, a sensação de
perigo, acaba aflorando algumas discussões que não podemos deixar de lado com
as crianças. Não inseri-las na guerra, mas fortalece-las para a paz.
Para início de conversa com as
crianças, um bom caminho é pela Literatura. Essa arte, que sabe praticar os
enunciados dos Direitos Humanos. Como o grande escritor Bartolomeu Campos de
Queirós afirmou, “É que a Literatura busca a diferença e reconhece o direito de
todos viverem a sua singularidade”. E é justamente pelas mãos do Bartolomeu que
chega o livro “Nascemos Livres - A Declaração Universal dos Direitos Humanos em
Imagens”, (Editora SM). Não podemos esquecer o que nos une, o que nos é de
direito, é direito dos outros também.
O primeiro e um dos mais bonitos e
importantes, o artigo diz “Nascemos livres e iguais. Temos nossos próprios
pensamentos e idéias. Devemos ser tratados da mesma forma, igualitariamente.”.
É por você que você deve lutar por fazer valer cada artigo. É por você, pelos
seus filhos, amigos, comunidade, mundo. Todos devem assinar diariamente um
compromisso de fazer valer cada declaração. As crianças precisam crescer
sabendo que mesmo que o mundo esteja de pernas pro ar, é possível implantar
tempos de paz. Como diz a velha máxima de Gandhi, que nunca nos pareceu tão
atual, “Você deve ser a mudança que deseja ver no mundo”.
No livro “Tempos de Paz”, de
Katherine Scholes e Ropert Ingpen (Global Editora), vemos um tratado humano.
Imagine a importância de sentar com as crianças e ler para elas “Trabalhar pela
paz pode ser mais árduo do que usar força. Você talvez tenha de ser mais
corajoso e mais forte; talvez tenha de aprender novas habilidades, novas maneiras
de pensar e planejar. Tem de valer a pena. A paz tem de ser o melhor caminho”.
A cultura da paz precisa ser pauta permanente entre pais e educadores. Alinhar
nossas atitudes diárias com essa visão de vida e construir no agora um mundo
melhor pra se viver. As crianças agradecem.
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