A formação do hábito
alimentar começa na infância. Estudos mostram que pular essa refeição aumenta o
risco da criança se tornar obesa.
Seu filho não toma café da manhã todos os dias? Fique
atenta. Estudos têm mostrado que o hábito de não fazer essa refeição aumenta o
risco de a criança ter sobrepeso, uma vez que, ao pular o café, ela exagera na
seguinte, consumindo também mais calorias e gorduras. A especialista em
nutrição materno infantil, Rose Patin, cita outro estudo, realizado na Alemanha
com cerca de 4500 crianças entre 5 e 6 anos, que comprovou algo semelhante. No
grupo daquelas que faziam menos de três refeições por dia a incidência de
obesidade era de 5%. Já entre aquelas que faziam 5 refeições ou mais esse
número baixava para 2%. “A refeição mais omitida é o café da manhã”, explicou
Rose.
No ano passado , em uma enquete feita pelo site da
CRESCER, os internautas responderam que 71% de seus filhos não se alimentam
antes de ir para a escola. Para a especialista, a culpa é dos pais.
“Principalmente crianças pequenas, com 2 ou 3 anos, precisam de estímulos e não
podem simplesmente se recusar a comer. É importante que desde cedo, a partir
dos 6 meses, os responsáveis por elas comecem a oferecer alimentos saudáveis”,
afirma Rose. A nutricionista ainda explica que quanto antes os bebês forem
acostumados a ingerir produtos naturais e ricos em nutrientes, como os
integrais, eles vão se acostumar com eles com mais facilidade.
Entre os alimentos mais indicados para as crianças estão
aqueles com fibras, os chamados carboidratos complexos, que ajudam no
desenvolvimento. Encontrada principalmente nas frutas e hortaliças, as fibras
ajudam num melhor funcionamento do sistema gastrointestinal e fazem com que a
sensação de saciedade seja mantida por mais tempo. A especialista Rose Patin indica
que há estudos que comprovam que em grupos de crianças que consomem menos
fibras alimentares há maior prevalência de obesidade. Um dos motivos disso,
alerta a nutricionista, é que há um movimento mundial de diminuição no consumo
de legumes, também fontes de fibras. “Em 1961 a ingestão diária ficava em torno
de 25 gramas, duas décadas depois esse número caiu para 17 gramas”.
Ficar muitas horas sem comer também faz mal. Segundo o
nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Albert Einstein, os estoques de glicose no
organismo começam a reduzir a partir de três horas de jejum. Assim, depois de
uma noite de sono, é provável que seu filho tenha ficado em média 8 horas sem
se alimentar. “Com a atividade física na escola, mais a falta de comida, há
risco de hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue). Tontura, náusea e até
desmaios podem aparecer”, diz. Além disso, a criança pode ter alteração no
humor e dificuldade para se concentrar.