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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

“Desejo, desejo meu, qual será o futuro do meu filho?”


Mães devem determinar felicidade para os filhos, e não desejos.
Quando nos tornamos mães e estamos diante de uma nova e crescente vida, é difícil não sonhar, imaginar ou vislumbrar o melhor para os nossos filhos. Todas nós queremos que nossos filhos sejam felizes, saudáveis e realizados na vida profissional, afetiva e/ou social. Ainda bem que sonhamos com estes propósitos, afinal de contas, devemos almejar um futuro cheio de realizações e alegrias para nossas crianças.
Repito e afirmo: realizações para os nossos filhos, diante dos desejos e sonhos dos mesmos. E não dos nossos. Afinal, o que motiva e/ou entristece os adultos nos campos familiares, sociais, culturais e até no ciclo de amizade nem sempre é o mesmo que acontece com as crianças.
É lógico que a educação dos filhos recebe as influências culturais, sociais, afetivas e até mesmo profissionais que os pais trazem em suas bagagens pessoais. Porém, influenciar um tipo de comportamento e/ou escolha de um filho diante de seu próprio exemplo, papel e/ou função na vida social, profissional, familiar e/ou afetiva não é a mesma coisa que exigir ou determinar que nossos filhos sigam caminhos preestabelecidos diante de nossas frustrações, “fracassos” e/ou funções sociais estabelecidas ao longo de nossas vidas.
Escolher uma profissão, um estilo de vida, formas de se vestir e etc., diante do talento, das características e das habilidades que as crianças apresentam é bem diferente do que seguir as imposições, desejos e sonhos pré-determinados pelos pais.
A realidade é que as consequências, diante dos desejos, anseios e frustrações do outro, causam muito ruído, dificuldades e distanciamento na relação entre pais e filhos. A culpa sentida pelos envolvidos sempre traz prejuízos, problemas e dificuldades na vida afetiva e familiar, além de ser um fator prejudicial na construção da subjetividade, individualidade e autoestima dos filhos.
Sempre afirmo que ser uma boa e amável mãe é também uma questão de escolha de cada um de nós. É uma questão de escolha, pois viver um dia de cada vez, sem antecipar sofrimentos e permitindo a livre expressão dos desejos e características de nossos filhos é um aprendizado diário, difícil e, muitas vezes, angustiante. Portanto, temos que estar bem cientes e conscientes quando decidimos nos tornar mães. A nossa determinação para os nossos filhos deve ser a felicidade e, não, uma projeção de nossos sonhos e anseios nos mesmos.

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