Descubra as causas e saiba como livrar o seu filho
desse incômodo.
Assim que nasce, o intestino do bebê funciona como um relógio. Toda vez
que ele mama, faz cocô em seguida. Entre o primeiro e o segundo mês, com o
desenvolvimento do sistema digestivo, o bebê começa a criar o seu hábito
intestinal, que é diferente para cada pessoa.
Nessa transição, a frequência de evacuação pode se tornar irregular. Seu
bebê pode fazer cocô um dia e ficar até uma semana sem evacuar. Esse processo
dura, em média, 20 dias e faz parte do desenvolvimento da criança. Após esse
período, é esperado que a criança passe a ter um ritmo mais frequente de
evacuações.
Você não precisa se preocupar, mas deve prestar a atenção em outros
sinais. Perceba se a criança está irritada ou demonstra dor e fique de olho na
aparência do cocô. É importante que ele não esteja endurecido para não causar
dor ao ser eliminado. Se o seu bebê demonstrar dor, você pode fazer uma
massagem. Faça movimentos circulares na barriga da criança com uma leve pressão
e depois movimente as perninhas dela como se estivessem pedalando uma
bicicleta. O uso do supositório deve ser feito só em último caso, se o pediatra
recomendar, pois o medicamento atrapalha o desenvolvimento e seu filho vai
depender dele para fazer cocô.
É importante também acompanhar o ganho de peso da criança. “Em alguns
casos, pode ser que a quantidade de leite da mãe seja insuficiente para
alimentar a crianças e formar volume para ser excretado. Nessa situação, um dos
primeiros sinais é parar de ganhar ou até perder peso. O pediatra vai saber
analisar a situação”, explica o pediatra Francisco Lembo Neto, chefe de Pediatria
do Hospital Samaritano (SP).
Intestino preso é mais frequente em bebês que estão tomando fórmula.
Isso porque o leite materno tem uma substância chamada lecitina que tem um
efeito levemente laxativo. “Se você estiver alimentando seu filho com fórmulas,
pode introduzir sucos de frutas na alimentação da criança”, completa Lembo. Mas
vale ressaltar que tal recomendação só pode ser aplicada a partir dos 2 meses,
nos bebês que já tomam fórmula, até o problema da prisão de ventre ser
resolvido. Prefira as mais laxantes como laranja e mamão, por exemplo.
Agora que já sabe que ficar uns dias sem evacuar nos primeiros meses de
vida é normal, seja paciente. Nada de cair na tentação de medicar o bebê. Logo,
tudo volta ao seu ritmo.
Nas crianças mais velhas, é preciso investigar a causa da prisão de
ventre. No caso de ser uma dificuldade funcional, a criança pode sentir dor,
ter vômito, fazer xixi na cama, ter infecção urinária de repetição e até perda
do apetite. Se um destes sinais aparecer, é melhor levar ao médico. Pode ser
desde uma disfunção momentânea até um caso mais grave de constipação. “Em
condições normais, o cérebro emite um estímulo para sentirmos vontade de ir ao
banheiro. Quando o reto está dilatado, esse sinal fica cada vez mais espaçado.
Toda vez que a criança deixa de ir ao banheiro, a situação se agrava e fica
ainda mais difícil fazer cocô”, diz o pediatra Luiz Henrique Hercowitz.
O tratamento pode incluir indicação de laxante medicamentoso via oral,
lavagem intestinal, reeducação alimentar, com introdução de uma quantidade
maior de fibras no cardápio da criança, e até apoio psicológico aos pais e ao
filho. Se a origem do problema for orgânica, como má formação do ânus e reto ou
hipotiroidismo, o tratamento deverá ser cirúrgico.
Fonte: Fonte:
Revista Crescer
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