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terça-feira, 24 de março de 2015

Prisão de ventre em bebês e crianças: saiba como lidar com o intestino preso

Descubra as causas e saiba como livrar o seu filho desse incômodo.
Assim que nasce, o intestino do bebê funciona como um relógio. Toda vez que ele mama, faz cocô em seguida. Entre o primeiro e o segundo mês, com o desenvolvimento do sistema digestivo, o bebê começa a criar o seu hábito intestinal, que é diferente para cada pessoa.
Nessa transição, a frequência de evacuação pode se tornar irregular. Seu bebê pode fazer cocô um dia e ficar até uma semana sem evacuar. Esse processo dura, em média, 20 dias e faz parte do desenvolvimento da criança. Após esse período, é esperado que a criança passe a ter um ritmo mais frequente de evacuações.
Você não precisa se preocupar, mas deve prestar a atenção em outros sinais. Perceba se a criança está irritada ou demonstra dor e fique de olho na aparência do cocô. É importante que ele não esteja endurecido para não causar dor ao ser eliminado. Se o seu bebê demonstrar dor, você pode fazer uma massagem. Faça movimentos circulares na barriga da criança com uma leve pressão e depois movimente as perninhas dela como se estivessem pedalando uma bicicleta. O uso do supositório deve ser feito só em último caso, se o pediatra recomendar, pois o medicamento atrapalha o desenvolvimento e seu filho vai depender dele para fazer cocô.
É importante também acompanhar o ganho de peso da criança. “Em alguns casos, pode ser que a quantidade de leite da mãe seja insuficiente para alimentar a crianças e formar volume para ser excretado. Nessa situação, um dos primeiros sinais é parar de ganhar ou até perder peso. O pediatra vai saber analisar a situação”, explica o pediatra Francisco Lembo Neto, chefe de Pediatria do Hospital Samaritano (SP).
Intestino preso é mais frequente em bebês que estão tomando fórmula. Isso porque o leite materno tem uma substância chamada lecitina que tem um efeito levemente laxativo. “Se você estiver alimentando seu filho com fórmulas, pode introduzir sucos de frutas na alimentação da criança”, completa Lembo. Mas vale ressaltar que tal recomendação só pode ser aplicada a partir dos 2 meses, nos bebês que já tomam fórmula, até o problema da prisão de ventre ser resolvido. Prefira as mais laxantes como laranja e mamão, por exemplo.
Agora que já sabe que ficar uns dias sem evacuar nos primeiros meses de vida é normal, seja paciente. Nada de cair na tentação de medicar o bebê. Logo, tudo volta ao seu ritmo.
Nas crianças mais velhas, é preciso investigar a causa da prisão de ventre. No caso de ser uma dificuldade funcional, a criança pode sentir dor, ter vômito, fazer xixi na cama, ter infecção urinária de repetição e até perda do apetite. Se um destes sinais aparecer, é melhor levar ao médico. Pode ser desde uma disfunção momentânea até um caso mais grave de constipação. “Em condições normais, o cérebro emite um estímulo para sentirmos vontade de ir ao banheiro. Quando o reto está dilatado, esse sinal fica cada vez mais espaçado. Toda vez que a criança deixa de ir ao banheiro, a situação se agrava e fica ainda mais difícil fazer cocô”, diz o pediatra Luiz Henrique Hercowitz.
O tratamento pode incluir indicação de laxante medicamentoso via oral, lavagem intestinal, reeducação alimentar, com introdução de uma quantidade maior de fibras no cardápio da criança, e até apoio psicológico aos pais e ao filho. Se a origem do problema for orgânica, como má formação do ânus e reto ou hipotiroidismo, o tratamento deverá ser cirúrgico.

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