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segunda-feira, 2 de março de 2015

Pressionar as crianças a comer pode torná-las obesas

De acordo com pesquisadores norte-americanos, essa pressão diminui a habilidade das crianças em responder à própria fome.
Alguma vez você já forçou seu filho a comer toda a comida que estava no prato? Ou o fez se alimentar mesmo ele garantindo que não tinha fome naquele momento? Se a sua resposta a essas perguntas foi afirmativa, tome cuidado. De acordo com pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, crianças e adolescentes que são pressionados a comer estão mais propensos a se tornarem jovens e adultos obesos.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão (publicada nesta semana no jornal Pediatrics) depois que compararam dados de dois estudos diferentes de 2010. O primeiro, chamado EAT (Eating and Activity in Teens), foi feito com 2.800 estudantes do ensino fundamental e médio das redes públicas de Minneapolis e St. Paul. Todos os participantes foram pesados e tiveram que responder questionários sobre seus hábitos alimentares. Em seguida, esses dados foram combinados com informações do segundo estudo, chamado F-EAT (Families and Eating and Activity Among Teens), que analisou o ambiente familiar daqueles alunos por meio de entrevistas com pais e outros responsáveis.
“Descobrimos que de 50% a 60% dos pais exigem que os filhos comam toda a comida que colocam no prato. Vimos também que de 30% a 40% os encorajam a se alimentar mesmo quando já estão saciados. E esse comportamento foi verificado não só entre os pais das crianças e adolescentes que não tinham problemas com peso, mas também entre os pais dos obesos. Isso mostra que eles mantêm essa pressão independentemente do estado de saúde do filho”, disse, em nota, Katie Loth, principal autora da pesquisa.
As consequências, segundo ela, são bastante graves, já que, expostas a esse tipo de comportamento, todas as crianças (com ou sem excesso de peso) têm maiores chances de se tornarem jovens e adultos obesos. “Pressionar as crianças a comer pode ser extremamente prejudicial. Isso diminui a habilidade delas em responder à própria fome e as encoraja a responder a sinais do ambiente – o que pode levar a um ganho de peso desenfreado com o passar do tempo”, explicou.
Restrição: outro problema
Outro comportamento preocupante verificado pelos pesquisadores foi o costume de restringir radicalmente a alimentação das crianças. “Se elas forem proibidas de comer determinados alimentos, vão ficar cada vez mais interessadas neles e vão exagerar na quantidade toda vez que tiverem oportunidade de ingeri-los. O ideal é que os pais permitam que seus filhos comam de tudo, mas com moderação”, finalizou Katie.
O exemplo, é claro, também não pode ficar de lado. Se você quer que seu filho cresça saudável, comece melhorando os seus próprios hábitos. Quando ele vir que você pratica exercícios físicos regulares e tem uma boa nutrição, com certeza vai querer se espelhar!


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